terça-feira, 3 de abril de 2018

LOCOMOTIVAS E VAGÕES DA FERROVIA EFSPRG ( SPRG ) EM 1914

Em 1914, de acordo com o relatório do Exército, que requisitou instalações e material rodante da EFSPRG e do Ramal de São Francisco, a companhia dispunha das seguintes locomotivas e vagões.


Material rodante 

2 - Locomotivas Tênder 17,5 ton 

- 4 Locomotivas Tanque de 10 a 25 ton 

3 Locomotivas Mogul de 21 e 27 ton 

2 Locomotivas Ten-Wheel de 30 e 37 ton 

3 - Locomotivas Mallet de 71,3 ton 

- 2 Locomotivas Mallet de 81 ton 

248 Vagões plataforma 

48 Carros de passageiros 

- 2 Carros de correio 

214 Vagões fechados para mercadorias 

- 50 Vagões abertos para mercadorias 

50 Vagões para o transporte de animais 

38 - Vagões de outros tipos diversos 

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS DO BRASIL (FONTE) 


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

FERROVIA SÃO PAULO / RIO GRANDE ( EFSPRG )FOI A CAUSA DE CERCA DE 10 MIL MORTES NO SUL

GUERRA DO CONTESTADO.
10 MIL MORTOS.
O governo federal concedeu a concessão da ferrovia São Paulo / Rio Grande do Sul, que iniciava em Itararé-SP e terminava em Santa Maria, ao grupo do americano Percival Farquhar, que passou a denominar-se Brazil Railways. Além do governo pagar por quilometro construído, a empresa, ficaria com uma área de 15 km ao longo de toda a ferrovia, dos dois lados da ferrovia. A empresa americana além de lotear estas terras, começou a cortar e exportar milhares de araucárias centenárias. Para isso foi criada a Madereira Lumber pertencente ao mesmo grupo. Na região da Caçador e Curitibanos-SC. havia milhares de posseiros, a maioria caboclos, mestiços, que habitavam a região por muitas décadas. Eles ficaram sem terras e sem trabalho de uma hora para outra e resistiram à invasão e ao esbulho. Milhares de trabalhadores da ferrovia, que foram abandonados na região sem nenhuma assistência por parte da ferrovia, também aderiram ao movimento, lutando ao lado dos posseiros. O governo e os coronéis da região, ao invés de apoiá-los passou a combatê-los. A guerra durou de outubro de 1912 a agosto de 1916, e morreram cerca de 10 mil pessoas. A maioria do lado dos caboclos posseiros. Pela primeira vez na história do Brasil, foi utilizado dois aviões para combater os posseiros. Foi um grande massacre, onde os jagunços e soldados praticamente exterminaram os posseiros, matando homens, mulheres, idosos e crianças. A maioria não teve nem direito a uma sepultura com cruz e identificação. Por estes excessos vergonhosos, nunca esta guerra foi devidamente ensinada nas escolas. Poucos conhecem a verdadeira história desta vergonha nacional. JOSÉ CARLOS FARINA

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ZÉ MARIA. beato














































































































































































































































































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sábado, 17 de dezembro de 2016

19 MIL MORRERAM POR CAUSA DA FERROVIA EFSPRG EM SC

REVISTADEHISTORIA


Tragédia anunciada

Coronéis locais, forças estaduais e Exército se uniram para combater as “cidades santas”, territórios autônomos criados por caboclos

Paulo Pinheiro Machado - 1/10/2012 

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Mapa: Mario Guilherme Leite. Cerca de 200 seguidores do monge e curandeiro José Maria estão reunidos em Irani. Todos eles homens simples, sertanejos, refugiaram-se ali na esperança de evitar um confronto com as forças do governo. Mas é tarde demais: a essa altura, o simples agrupamento – em uma região de conflitos fronteiriços e de instabilidade social – já é considerado uma atitude hostil às autoridades. Em resposta à “ameaça”, o governo resolve atacar: uma força de 58 soldados do Regimento de Segurança do Paraná entra em combate com os sertanejos. Morrem 21 pessoas, entre elas os chefes dos grupos em confronto – o coronel João Gualberto Gomes de Sá e o monge José Maria.



Conhecido como Batalha do Irani, o enfrentamento daquela madrugada de 22 de outubro de 1912 é considerado o início da Guerra do Contestado, uma longa e sangrenta disputa entre os seguidores do monge e as forças policiais e militares. O estopim da batalha inaugural foi alimentado por um intrincado acirramento de ânimos na região. Havia muita coisa em jogo. Os estados de Santa Catarina e Paraná travavam uma disputa territorial. Crescia no campo a concentração de gente pobre e sem lar, inclusive posseiros e colonos expulsos de suas casas para a construção de uma estrada e ferro. A crise alimentava a forte religiosidade popular, criando comunidades autônomas, cuja mera existência desafiava o coronelismo vigente. Depois de Irani, todas essas tensões se converteram em guerra aberta.

A luta se estendeu até janeiro de 1916, em dezenas de batalhas numa área de 20.000 quilômetros quadrados, causando a morte de mais de 10.000 pessoas – vitimadas não só pelos combates, mas por epidemias e pela fome provocada no cerco final às “cidades santas” ou “redutos”, como foram chamados os povoados rebeldes.

Cerca de 200 seguidores do monge e curandeiro José Maria estão reunidos em Irani. Todos eles homens simples, sertanejos, refugiaram-se ali na esperança de evitar um confronto com as forças do governo. Mas é tarde demais: a essa altura, o simples agrupamento – em uma região de conflitos fronteiriços e de instabilidade social – já é considerado uma atitude hostil às autoridades. Em resposta à “ameaça”, o governo resolve atacar: uma força de 58 soldados do Regimento de Segurança do Paraná entra em combate com os sertanejos. Morrem 21 pessoas, entre elas os chefes dos grupos em confronto – o coronel João Gualberto Gomes de Sá e o monge José Maria.

Conhecido como Batalha do Irani, o enfrentamento daquela madrugada de 22 de outubro de 1912 é considerado o início da Guerra do Contestado, uma longa e sangrenta disputa entre os seguidores do monge e as forças policiais e militares. O estopim da batalha inaugural foi alimentado por um intrincado acirramento de ânimos na região. Havia muita coisa em jogo. Os estados de Santa Catarina e Paraná travavam uma disputa territorial. Crescia no campo a concentração de gente pobre e sem lar, inclusive posseiros e colonos expulsos de suas casas para a construção de uma estrada e ferro. A crise alimentava a forte religiosidade popular, criando comunidades autônomas, cuja mera existência desafiava o coronelismo vigente. Depois de Irani, todas essas tensões se converteram em guerra aberta.

A luta se estendeu até janeiro de 1916, em dezenas de batalhas numa área de 20.000 quilômetros quadrados, causando a morte de mais de 10.000 pessoas – vitimadas não só pelos combates, mas por epidemias e pela fome provocada no cerco final às “cidades santas” ou “redutos”, como foram chamados os povoados rebeldes.

O grupo de José Maria chegou ao Irani (então município de Palmas, no Paraná) vindo de Taquaruçu (município de Curitibanos, em Santa Catarina), de onde tinha sido expulso a mando do prefeito local, o coronel Albuquerque, homem conhecido por sua arrogância e autoritarismo. Em setembro de 1912, ele solicitou à capital o envio de forças policiais, afirmando que havia em suas terras uma concentração de “fanáticos” e “monarquistas”. Na verdade, os sertanejos que ali chegavam vinham em busca de cura e atendimento por parte do monge, em ajuntamento que cresceu a partir da tradicional festa de Bom Jesus, em agosto daquele ano. O local tornou-se um polo de atração para uma grande população de caboclos, sitiantes independentes e ervateiros expulsos de suas terras pela construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande.

Diante da ameaça do coronel Albuquerque, o monge José Maria dispersou seus seguidores, dirigindo-se ao Irani com um grupo reduzido. Ao fazê-lo, porém, enredou-se em outra disputa renhida: o conflito sobre a divisa entre os dois estados. As autoridades paranaenses interpretaram a migração como uma “invasão catarinense” no território contestado (daí o nome da guerra).

Os episódios de perseguição policial contra o monge José Maria foram motivados pelo temor da concentração de gente pobre do campo. As autoridades locais e estaduais, em sua maioria grandes fazendeiros e oficiais da Guarda Nacional, sentiam que tinham como missão subjugar os sertanejos que não se submetiam mais aos seus respectivos coronéis. Formavam-se grupos autônomos, com fortes vínculos religiosos, nos quais expectativas místicas mesclavam-se à crítica social. Originalmente, essas comunidades não eram hostis nem militarizadas, mas seu anseio por independência despertou a ira dos governantes, da imprensa e dos fazendeiros. A linguagem cabocla passou a ser desqualificada pelas autoridades como “puro fanatismo”.



Tropas do governo em posição de combate no Contestado: 7.000 soldados do Exército lutaram no cerco final. Boa parte da crise social na região do Contestado tem relação com a construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande. Oferecida em concessão pelo governo federal, a empreitada foi assumida pelo magnata norte-americano Percival Farqhar (1864-1953), o mesmo que construiu a ferrovia Madeira-Mamoré em Rondônia e detentor de diversas outras concessões em serviços públicos de transportes, iluminação e mineração. Para realizar a obra na divisa entre Santa Catarina e Paraná, recebeu o direito de explorar até 15 quilômetros de terras devolutas ao lado de cada margem da ferrovia. Estas terras públicas, nos vales dos rios Peixe, Iguaçu e Negro, eram habitadas havia décadas por comunidades de posseiros e sitiantes independentes, que viviam de uma agricultura de subsistência e da coleta da erva-mate, mas que não possuíam títulos de propriedade. Farqhar organizou uma empresa subsidiária da ferrovia, a Brazil Lumberand Colonization Company, com o objetivo de explorar as madeiras e depois vender os terrenos para imigrantes europeus. Uma das primeiras medidas da Lumber foi organizar um Regimento de Segurança com mais de 300 homens para expulsar os posseiros das terras recebidas do governo.

Depois de morto no Irani, José Maria foi santificado pelos sertanejos. No final de 1913, uma menina de 11 anos, Teodora, passou a relatar sonhos com José Maria: o monge ordenava que todos voltassem a se reunir em Taquaruçu. O chamado da pequena “virgem” atraiu para o povoado vários grupos de descontentes, que desta vez sabiam estar desafiando as autoridades locais e estaduais. Além do grupo inicial de seguidores do monge José Maria, dirigiram-se a Taquaruçu opositores políticos dos coronéis que governavam em Lages, Curitibanos, Campos Novos e Canoinhas. Também se agregaram a este polo antigos “maragatos” (federalistas), descontentes com o domínio dos “pica-paus” (republicanos) – grupos que se confrontavam no Rio Grande desde os tempos da Revolução Federalista de 1893 – e identificados com a tradição de “São” João Maria.

Esse segundo povoado de Taquaruçu se formou como uma “cidade santa”. O avô de Teodora, o velho líder Eusébio Ferreira dos Santos, chamava a localidade de “Nova Jerusalém”, onde todos viveriam em irmandade, num regime de justiça e bem-estar. Foram estabelecidas normas de convívio e de subsistência baseadas em laços de solidariedade. Os sertanejos declamavam os versos de José Maria: “Quem tem, mói; quem não tem, também mói; e no fim todos ficam iguais!”. Moer era a forma de pilar o milho ou a mandioca, isto é, os que tinham algum recurso e os que nada tinham viveriam como iguais. Todos deviam trabalhar pela sobrevivência e em defesa da comunidade.

A invenção cabocla da “Cidade Santa” dava um novo sentido ao que eles chamavam de “Monarquia”. Não era um regime saudosista de restauração dos Bragança, mas uma “Lei do Céu”, um regime político sem rei que abria o caminho para a afirmação de diferentes chefias sertanejas. Negava a República vigente, dominada pelos coronéis e por grandes proprietários.

Os sertanejos identificados com as “cidades santas” adotaram um corte de cabelo rente e usavam chapéus com fitas brancas na aba. Autodenominaram-se “pelados”, e chamavam de “peludos” seus inimigos do governo, da estrada de ferro e ligados aos coronéis. Ao longo do ano de 1914, com a intensificação dos ataques das tropas do Exército e das polícias de Santa Catarina e Paraná, as “cidades santas” multiplicam-se por quase todo o planalto serrano de Santa Catarina – em Caraguatá, Bom Sossego, Caçador Grande, Campina dos Buenos, Santa Maria, Pedra Branca e São Pedro. Eram povoados que normalmente tinham uma praça central quadrada, em frente à igreja, onde aconteciam as “formas”, como eram chamadas as reuniões gerais dos membros da irmandade cabocla. Na experiência da construção das cidades santas, os sertanejos criaram outras instituições, como o grupo dos “Pares de França” ou “Pares de São Sebastião” – combatentes de elite, selecionados entre os homens hábeis no facão e conhecedores da “Santa Religião”, como chamavam os seus princípios ligados ao catolicismo rústico e à tradição de João Maria.

Ao longo do conflito, modificaram-se os perfis e as características das lideranças caboclas. As virgens e os “meninos-deuses”, que tinham muito poder nos redutos iniciais de Taquaruçu e Caraguatá, foram perdendo importância política para as “lideranças de briga”, como eram chamados peões, posseiros e tropeiros, como Chiquinho Alonso, Vanuto Baiano e Adeodato, comandantes que se legitimavam pela capacidade militar de dar combate aos “peludos”.

O conflito se agravou com a chegada da expedição chefiada pelo general Setembrino de Carvalho (1861-1947). Sete mil soldados do Exército atuaram no cerco e no combate aos redutos. Entre março e abril de 1915, após longa batalha, veio abaixo Santa Maria, a maior das cidades santas, com mais de 20.000 habitantes. Depois Setembrino recolheu o grosso de suas tropas, e os redutos remanescentes de Pedra Branca e São Pedro foram destruídos por poucas unidades militares e grande número de “vaqueanos civis” (os capangas dos coronéis), até a rendição dos últimos sertanejos, em janeiro de 1916. Esta fase final do conflito, conhecida como “açougue”, foi pontuada por uma série de massacres e degolas de combatentes já rendidos.

À custa da concessão de terras públicas e da expulsão de caboclos pobres, estava garantido o caminho não apenas para a estrada de ferro, mas para o branqueamento definitivo da população do planalto. Nas décadas seguintes, o incentivo à ocupação das terras por imigrantes europeus consolidou o processo. Algumas concentrações de caboclos, em torno de monges, foram fortemente reprimidas por forças policiais, até sedimentar na região o silêncio sobre a guerra. Ainda hoje, os descendentes dos sertanejos que lutaram no Contestado vivem em situação precária, espremidos em pequenos lotes ou na periferia das grandes metrópoles.

Paulo Pinheiro Machado é professor da Universidade Federal de Santa Catarina e autor de Lideranças do Contestado: a formação e a atuação das chefias caboclas (Ed. Unicamp, 2004).

Saiba Mais - Bibliografia

MONTEIRO, Duglas Teixeira. Os Errantes do Novo Século: um estudo sobre o surto milenarista do Contestado. São Paulo: Duas Cidades, 1974.

VINHAS DE QUEIROZ, Maurício. Messianismo e conflito social: a Guerra Sertaneja do Contestado (1912-1916). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

sábado, 12 de novembro de 2016

RAMAL FERROVIÁRIO WENCESLAU BRAZ A IBAITI NO PARANÁ ( EFSPRG )

FONTE: Estaçoesferrroviariasdobrasil.com.br

Estado do Paraná 

RVPSC - Ramal de Barra Bonita e Rio do Peixe / IBAITI 

HISTÓRICO DA LINHA: O ramal de Barra Bonita e Rio do Peixe começou a ser construído nos anos 20, partindo da estação de Wenceslau Braz, no ramal do Paranapanema, segundo consta com a intenção de atingir as minas de carvão na região de Figueira e Cambuí, após Barra Bonita (Ibaiti). Depois de atingir Barra Bonita em 1925, somente vinte e três anos depois, em 1948, atingiu Cambuí, na estação de Lysimaco Costa. O ramal deveria ser interligado com a linha Ourinhos-Apucarana, mas tal nunca aconteceu. O ramal deficitário foi finalmente fechado em 1968 para trens de passageiros e o esgotamento das minas; a erradicação final veio em 11/07/1975, tendo porém, sido o ramal o responsável pela fundação de alguns núcleos urbanos em seu caminho. 

Trechos e estações Inauguração 

Wenceslau Braz 1919

Cerradinho 1922

Tomazina 1924

Pinhalão 1924

Japira 1925.

Ibaiti 1925



Casas da antiga Turma 30, entre Ibaiti e Artur Bernardes. Fotos Douglas Razzaboni, 01/2003 

Arthur Bernardes 1940

Eusébio de Oliveira 1943

Lysimaco Costa 1948

ABAIXO O QUE SOBROU DA ESTAÇÃO DE ARTHUR BERNARDES