terça-feira, 25 de agosto de 2015

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA ( TREM ) PRESIDENTE EPITÁCIO - SP. TRENS


















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JOSÉ CARLOS FARINA TRISTE EM CONSTATAR O ABANDONO... IMAGINANDO O MOVIMENTO E 
IMPORTÂNCIA QUE TINHA NO PASSADO....

PRESIDENTE EPITÁCIO -  SP.

Linha-tronco - km 890,109 (1934)
ltitude: 261 m
Inauguração: 01.05.1922
Uso atual: abandonada
com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Sorocabana foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922, quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes, porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época à beira da falência. Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia, vendida para o Governo paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para o grupo de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas linhas incorporadas pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno, desde os anos 20 passaram a atender principalmente os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa até hoje, para trens de carga.
A ESTAÇÃO: Última estação da linha, o ponto final da inicialmente denominada "linha do Tibagi" deveria chega a um ponto em Porto
OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1934 - Instalação de água para abastecimento aos carros
Tibiriçá, às margens do rio Paraná, num ponto ainda praticamente virgem. Durante os anos da construção do ramal, que afinal viria a se tornar a linha-tronco da Sorocabana, o nome da localidade foi alterado como uma homenagem ao Presidente Epitácio Pessoa, que acabaria por deixar o cargo exatamente no ano da inauguração - 1922 - da estação, que, quando aberta, já o foi com esse nome.


ACIMA: Carregamento de toras no pátio da estação, anos 1980; ABAIXO: Cavaleiros trazendo gado da estação (pois ela está ao fundo...), anos 1980 (Autor desconhecido).
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No extremo da linha, em terras pertencentes ao Estado, acha-se a estação 'Presidente Epitácio'. A julgar pelo que sucedeu em outras estações do mesmo trecho - como Palmital, Pau D'Alho, Candido Mota, Assis, Presidente Prudente, Santo Anastácio e outras que hoje são florescentes cidades - em breve, e com mais forte razão, por estar em frente a outro estado, uma cidade rodeará essa estação. Para que não seja ela a evolução de uma aldeia levantada a esmo, dificultando as futuras edilidades com remodelações, foi organizado um projeto e apresentado ao Governo do Estado, satisfazendo a requisitos para o bem estar de sua futura população. Apesar da proximidade de Presidente Epitácio do rio Paraná, somos de opinião que, regularizando o regime do córrego Caiuá, não será essa localidade assolada pela malária, por achar-se em um plano de nível muito superior às águas do grande rio" (Relatório da Sorocabana para 1922). Deixou de receber trens de passageiros em janeiro de 1999, mas a


ACIMA: Os bons tempos já estavam no fim em Presidente Epitácio, mas a Fepasa ainda chegava e partia em 1987 com um comboio de 8 carros Budd... (Foto Cid José Beraldo). ABAIXO: O porto fluvial de Presidente Epitacio em 1967 (Folha de S. Paulo, 7/5/1967).

estação permanece aberta recebendo mercadorias que vêm do Mato Grosso do Sul, como grãos e farelo, que embarcam ali. "Fui a Presidente Epitácio. Cidadezinha pequena, a estação fica longe mas está pintadinha e com o símbolo da ALL. Conversei com o ferroviário que tomava conta. Ele começou no ramal de Teodoro Sampaio. Disse-me que foi arrancado há dois anos e as estações eram todas em madeira, muito bem construídas. Informou que foram todas invadidas mas não soube precisar quais ainda estariam de pé. Ele me mostrou uma das salas da estação onde resgatou alguns equipamentos das estações abandonadas, como Wenceslau, etc. Na sala, ele tinha as placas de quilometragem e altitude da estação, um conjunto completo de aparelho de staff semidestruído, diversos telefones a magneto da Siemens do tempo da onça, etc, etc." (Rodrigo Cabredo, 28/10/2000). A situação já era diferente dois anos mais tarde: "Estive em 03/11 em Presidente Epitácio e visitei a estação, que tem ainda o timbre da ALL na parede, porém não há funcionários. A estação está com parte da

ACIMA: Ramais que levam do pátio da estação para o porto da cidade em Presidente Epitácio em 2008. Apesar de estarem em boas condições, não vem sendo utilizados pela ALL (Autor desconhecido).cobertura da plataforma destelhada, o prédio pichado, todos os vidros das janelas quebrados. O pátio contem poucos desvios, e os que existem estão em mau estado, e há uma pessoa morando num dos armazéns; conversei com ele. Quando eu estava lá, um trem estava chegando, com mais de vinte vagões, e foi direto ao terminal de carregamento. A ALL mantém o transporte de cargas, apesar da precariedade do trecho Prudente-Epitácio a uns 15
 
 

ACIMA: (em sentido horário) (1) armazém da estação; (2) dístico antigo com o nome da estação; (3) sujeira na plataforma, com o armazém ao fundo; (4) sujeira na plataforma da estação. ABAIXO: Antiga casa de funcionários ainda habitada e em péssimo estado (Fotos Djalma Weffort, fevereiro de  2009.
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Km/h, e promete manutenção na linha. Existem até alguns dormentes novos amontoados na estação" (Alexandre Domingues Scatolon, 11/2002). Em 01/2003, a estação já estava abandonada e em início de depredação. Em 2009, havia sujeira espalhada por todo canto à sua volta. A população estava revoltada e nada estava sendo feito quanto a isso. MAIS SOBRE A ESTAÇÃO NA TESE DE ANDREA BATISTA NUNES (2009).





TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros - pararam nesta estação de 1922 a 1999. Ao lado, um deles no pátio de Rancharia, em 1992. Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses trens. Veja aqui horários em 1968: SP-Botucatu eBotucatu-Pres. Epitacio e SP-Mairinque (Guias Levi).
(Fontes: Nilson Rodrigues; Elly Jr.; Ralph M. Giesbrecht; Rodrigo Cabredo; Alexandre Domingues Scatolon; Adriano Martins; Lucas Gimenez Brochini; Djalma Weffort; Edmilson -; Cid José Beraldo; Folha de S. Paulo, 1967; E. F. Sorocabana: Relatórios anuais , 1890-1969; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)

Estação de Presidente Epitácio, em 04/1988. Foto Elly Jr.


Passageiros de excursão na plataforma, em 1989. Foto Nilson Rodrigues


A plataforma e o trem, em 1989. Foto Nilson Rodrigues



Estação de Presidente Epitácio, em 10/2000. Foto Rodrigo Cabredo


Estação de Presidente Epitácio, em 10/2000. Foto Rodrigo Cabredo


Estação de Presidente Epitácio, em 10/2000. Foto Rodrigo Cabredo



A estação em 1/2003. Foto Adriano Martins


A estação depredada em 2007. Foto Edmilson


Fachada da estação de Presidente Epitácio em 2008. Autor desconhecido



Moradores da cidade posam indignados à frente da estação para protestar comtra o seu abandono em 02/2009. Foto Djalma Weffort




segunda-feira, 24 de agosto de 2015

TREM NO NORTE DO PARANÁ

TUDO COMEÇOU COM O TREM




A Companhia de Terras norte do Paraná pensou em tudo. Como a nossa terra argilosa se torna quase que intransponível em dias de chuvas, logo no começo a Companhia já iniciou os trabalhos da construção da ferrovia de Ourinhos a Londrina e depois com o tempo até Maringá. Apesar da floresta virgem os imigrantes e migrantes aqui chegaram trazendo tudo o que precisavam nos trens. As primeiras produções era exportadas pelos trens. Os primeiros animais (cavalos, gado, galinhas e porcos) vierem de trem. Não foi fácil construir a ferrovia no meio da selva, sem poder contar com maquinários modernos.  A maior parte dos serviços eram feitos no enxadão e carregando a terra com carroças puxadas por muares. A estação de Londrina foi inaugurada em 1935, no mesmo dia em que a ponte sobre o rio Jataizinho foi  inaugurada, dando passagem ao trem, que chegava a uma cidade que havia crescido muito desde sua fundação  em 1929. No início de Londrina e do norte do Paraná tudo girava em torno dos trens. Quando a Maria Fumaça  apitava lá na curva o chefe da Estação tocava um sino (que está lá até hoje) e muita gente vinha para conferir  quem estava chegando e quem estava partindo. Todas as novidades chegavam no trem. Os homens iam lá para ver as mulheres. As mulheres iam para ver as roupas diferentes vindas de São Paulo. Outros iam ver só o trem, afinal era uma máquina que dava medo... aquele assopro quando o maquinista soltava o excesso  de vapor... a molecada corria de medo. Muitos iam só para dar tchau para quem partia ( Era chique dar tchau para quem partia.) Bem, em resumo era isto...o trem fazia (e faz) parte de Londrina e de todo o norte do Paraná. JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO (ROLÂNDIA)