quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

TREM MARIA FUMAÇA EM LONDRINA

Eu amo Londrina... como amo também Rolândia e o norte do Paraná. Se tem uma pessoa bairrista esta pessoa sou eu. Aqui é um lugar de fartura, de gente trabalhadora e honesta. Quando viajo para fora do norte do Paraná logo sinto saudade da terra vermelha e das nossas paisagens repletas de soja, milho, feijão arroz e café.  Quando vou chegando, já sinto-me mais feliz ao contemplar as primeiras paisagens rurais. Mas, para comemorar os 80 anos de Londrina, vou falar porque amo Londrina. Quando pequeno meu saudoso pai levava eu, meus irmãos e minha mãe para passear uma vez por ano em Londrina. Sempre no Natal... Meu pai aproveitava para comprar com preços "mais em conta" os nossos presentes. Íamos de jipe 1951. Minha mãe, meu pai e minhas irmãs pequenas iam na frente... eu e meus 3 irmãs atrás na caçamba. Quando chegávamos na entrada da cidade meu pai  mostrava para nós uma indústria de verdade: a empresa Cacique de café solúvel... para nós era uma novidade... Rolândia nesta época só tinha um pequeno comercio e empresas de beneficiamento de café e duas serrarias. Ao entrarmos em Londrina em época de Natal ficávamos encantados com tudo: mais carros nas ruas... os luminosos...  as ruas enfeitadas com luzes piscando... muitas pessoas...  famílias inteiras andando na ruas... era o clima de natal nos anos 60... Não sabíamos para onde olhar. Tudo nos encantava... meu pai abria a porta traseira do jipe e aquilo para nós era melhor que cinema. Pena que eu não tinha filmadora na época.... Meu pai sempre estacionava o jipe ali na Av. Sergipe, perto da Rodoviária. Já era difícil conseguir vaga naquela época. Mas também todo mundo da região ia para Londrina para passear e comprar os presentes e roupas e sapatos para as crianças. Meu pai, e 90% da população, fazia as compras no "Armarinho Paulista" localizado quase que em frente a rodoviária da Sergipe. Lá encontrávamos quase tudo o que precisávamos. Minha mãe sofria muito dentro da loja. Tinha muita gente fazendo compras. Ela tinha muito medo de perder um dos filhos. Ela carregava a minha irmã Dolores no colo e eu e meus irmão tínhamos que ficar de mãos dadas para não nos perdemos no meio daquela multidão. Acontece que quando víamos os nossos brinquedos prediletos ficávamos excitados e ai largávamos as mãos e cada um ia para um canto. Nesta hora minha mãe aos gritos chamava os seus "pequeninhos" igual faz a galinha com os seus pintinhos.. Zé Carlos... Paulo... Pedro... Marquinhos... peguem nas mãos... venham aqui... dava bronca no meu saudoso pai: - José... você também não ajuda. Cadê o Zé Carlos?... teve um dia que a mocinha do microfone me localizou pelo alto falante... estava perdido e chorando e ouvi a moça falando assim: - Atenção Zé Carlos.. sua mãe está lhe esperando aqui no Caixa... Perguntei para alguém onde era o tal Caixa que na época não sabia o que era... chegando lá minha mãe chorando me abraçou e me entregou para o meu pai com a seguinte ordem: - Segura ele Zé e vê se não o perde mais... meu pai ficou tão contente por ter me encontrado que acabou me presenteando com um revólver de brinquedo da "Estrela", com o coldre, espoletas de tiras, estrela do xerife e balas de plástico. Era um dos meus sonhos. Fui crescendo e o meu amor por Londrina também... chegou a época do vestibular... prestei vestibular e passei para o curso de direito na UEL em 1975. Com o fechamento do cinema em Rolândia frequentava os cinemas de Londrina ... cine Vila Rica.. Ouro Verde.. agora mais recente os cinemas do Shopping Catuai. Casei e minha segunda filha nasceu no Hospital Evangélico.  Minha filha mais velha casou e o meu genro foi contratado para lecionar do Colégio Max e depois Sants James... sempre Londrina... Meu amor por Londrina é tão grande que um dos meus vídeos de maior sucesso no YouTube é o "Sete Locomotivas acelerando em Londrina". Falando em vídeos, para homenagear para sempre a minha querida Londrina gravei alguns filmes com o nome "Amo Londrina by Farina" onde me irmano com alguns londrinenses deixando mensagens eternas do nosso amor por esta cidade e região. Recentemente produzi um vídeo com o nome "Trem dos Pioneiros de Londrina" gravado na antiga estação onde entrevistei um pioneiro de 1937. Neste dia  deixei algumas lágrimas pela emoção ao imaginar os pioneiros chegando e começando do zero uma vida nova no meio da floresta virgem. Na hora da narração a voz embargou... enxuguei a lágrima e continuei... que lugar mágico aquela estação... aquele trem Maria Fumaça. Londrina deve tudo aos pioneiros, aos ingleses e ao Trem. Sou neto, com muito orgulho, de pioneiros, por parte de pai e de mãe. Meus avós estão sepultados em Rolândia. Terminando quero deixar mais uma vez vez gravado neste texto o meu amor e gratidão por esta região mágica em que nascemos, crescemos e queremos um dia ser sepultado. ( não estou com pressa)... Se alguém das atuais e futuras gerações lê-la e servir de exemplo e incentivo ficarei imensamente feliz. Mas digo que vale a penar morar aqui... trabalhar... viver... lutar e se preciso for morrer por Londrina e pelo Norte do Paraná.  JOSÉ CARLOS FARINA ( BLOG DO FARINA )

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

RELAÇÃO DOS VÍDEOS DE TRENS DE JOSÉ CARLOS FARINA ( ROLÂNDIA ) TREM FILMES NO YOUTUBE

1- FAROESTE; 2- NOTURNO; 3- SOB NUVENS ; 4- PRIMAVERA; 5- 6 LOCOMOTIVAS; 6- BIZZ; 7- PLASSER À NOITE; 8- FARINA CONDUZ; 9- CRUZAMENTO; 10- ENTARDECER;  11- SEM CONTROLE; 12- LONDRINA; 13- ALEMÃO; 14- MAKOSA; 15- DASH-9; 16- 8 LOCOMOTIVAS;. 17- HELICÓPTERO; 18- PLASSER NA ESTAÇÃO; 19- AO LONGE; 20- TREM BRANCO; 21- VELOZ 2; 22- PARTI AO MEIO; 23- DASH-9 NA ROÇA. 24- OS MENINOS; 25- MANOBRANDO; 26- FERRORAMA; 27- FOGO; 28- DE CIMA DO VAGÃO; 29- DASH-9 POR DENTRO; 30- ROLÂNDIA E O TREM; 31- FARINA E TREM DASH-9; 32- TREM X BIKE; 33- TREM AZUL; 34- ARAPONGAS À APUCARANA; 35- ROLÂNDIA À ARAPONGAS; 36- CAMINHÃO; 37- HELPER NO MEIO; 38- DASH-9 EM FUGA; 39- NOTURNO HD; 40- C-30; 41- NOITE COM CHUVA; 42- NOTURNO HD; 43- DISPARADA; 44- CINEMASCOPE; 45- PERSEGUIÇÃO ATÉ ARAPONGAS; 46- MARCHA À RÉ; 47- CICLOVIA ARAPONGAS; 48- PERSEGUIÇÃO DASH-9; 49- BOB; 50- U20 MAKOSA; 51- PERSEGUIÇÃO DASH-9; 52- NA CHUVA; 53- FUMAÇA; 54- RIVER; 55- VELOZ SPEED; 56- SERPENTE; 57- NOTURNO LONDRINA; 58- DOG; 59- OFICINA; 60- MORRETES; 61- SERRA DO MAR; 62- SERRA DO CADEADO; 63- MORRERES  À CURITIBA; 64- MORRETES; 65- MORRETES 2; 66- FLAMBOAINT;  67- NORTE DO PARANÁ; 68- JARDIM; 69- ELIFAS; 70- DASH NO JARDIM; 71- VELOZ; 72- JARDIM 3; 73- BR-369; 74- LAGO; 75- LIGEIRO; 76- DUO; 77- FERROVIA ABANDONADA; 78- REDE BAND; 79- DASH-9 NA RAMPA; 80- HISTÓRIA DE ROLÂNDIA; 81- VIADUTO; 82- COLORADO; 83- LOCOMOTIVA DASH-9; 84- DASH-9 ARRANCANDO; 85- TREM X CARRO. 86- DASH-9 FULL HD; 87- MODELO NOVO; 88- CARROÇA; 89- AZUL; 90- HORIZONTE; 91- LAGO 2; 92- SILENCIOSO; 93- CHUVA; 94- BRAZIL IL IL; 95- ESTAÇÃO. 96- DANGER; 97- PERSEGUIÇÃO À NOITE; 98- SURFISTA; 99- CARONA; 100- CURTO E ENFERRUJADO; 101- CRUZAMENTO COM TRÊS; 102- MAKOSA COMBOIO; 103- AZUL FULL; 104- MARCHA LENTA; 105- LONDRINA 3; 106- HOUNDUP; 107- PERSEGUIÇÃO COM CHUVA; 108- BRAZIL RAIN; 109- PERSEGUIÇÃO HD 3; 111- CHAMINÉ 2; 112- PERSEGUIÇÃO HD CHASE; 113- MACABRO. 114- ENTARDECER HD; 115- NOITE HD; 116- ELIFAS; 117- ELIFAS HD; 118- THE BEST; 119- FULL PARANÁ; 120- FULL BRAZIL; 121- NORTE DO PARANÁ; 122- SUNSET 4; 123- SPEEDING; 124- VELOZ COM CHUVA; 125- RAINBOW; 126- SELMI; 127- 2 LOCOMOTIVAS; 128- SUNSET 3; 129- MANOBRA; 130- HORSE; 131- FESTIVAL; 132- OLD WESTERN; 133- SUNSET MAKOSA; 134- GARDEN; 135- SCANIA; 136- HISTÓRICO; 137- CLOUDS NUVENS; 138- CRUZAMENTO ALTA DEFINIÇÃO; 139- MAIS BONITO DO BRASIL; 140- NOTURNO  G-22; 141- C-30; 142- DEVAGAR; 143- BRAZIL RAIN; 144- EMBAIXADA;  145- FIRE; 146- AMANHECER; 147- ANTIGO; 148- MARIA FUMAÇA; 149- BAURU; 150- MARIA FUMAÇA; 151- PINHEIRO; 152- TEXAS; 153- ANTIGO; 154- ENTARDECER; 155- DA MATA; 156- LOCOMOTIVA; 157- COUNTRY; 158- ESTAÇÃO. 159- PÁTIO; 160- COUNTRY 3; 161- CAIPIRA; 162- MARINGÁ; 163- VIADUTO ARAPONGAS; 164- BRAZIL THE RAIN; 165- IN BRAZIL; 166- LAGO;  167- GARDEN 2; 168- APUCARANA; 169- WESTERN; 170- COW BOY; 171- CAVALGADA;  172- TREM BALA; 173- SOUTH AMERICAN; 174- LAGO; 175- DUO; 176 - DUO HD. 177- HD FARINA; 178- FALHANDO; 179- 7  LOCOMOTIVAS ACELERANDO; 180- 7 LOCOMOTIVAS; 181- ARAPONGAS 4; 182- ARAPONGAS; 183- LONDRINA PÁTIO; 184- PLASSER; 185- RAMPA; 186- DORMENTES; 187- CORNÉLIO PROCÓPIO. 188- CORNÉLIO PROCÓPIO HD; 189- LONDRINA À MARINGÁ; 190- RAMPA 3; 191- RAMPA; 192- RAMPA HD; 193- RAMPA EM LONDRINA; 194- RAMPA EM ROLÂNDIA; 195- FERRORAMA; 196- CLAUDEMIR; 197- NOITE; 198- ESTAÇÃO; 199- WEAR; 200- SEM CONTROLE; 201- CORRIDA; 202- POR BAIXO; 203- RAPA; 204- RAMPA LONDRINA; 205- LONDRINA ESTAÇÃO; 206- LONDRINA; 207- MARINGÁ; 208- AVIÃO; 209- LIGEIRO; 210- EMBALADO; 211- ARAPONGAS; 212- CARONA. 213- CHUVA; 214- CHUVA; 215- ROÇA; 216- PÉ VERMELHO; 217- PÉ VERMELHO 2; 218- PÉ VERMELHO 3; 219-  PÉ VERMELHO 4; 220-  PÉ VERMELHO 5;  221- PÉ VERMELHO 6; 222-  PÉ VERMELHO 7; 223-  PÉ VERMELHO 8; 224- FARM ( FAZENDA); 225- CAMBÉ; 226- GIGANTE; 227- KANSAS; 228- NEVADA; 229- COUNTRY; 230- ARAPONGAS; 231- CAR 2; 232- EXPRESS; 233- BEAUTIFUL; 234- CICLOVIA; 235- CHUVA; 236- APUCARANA; 237- PARANÁ; 238- DRIVING TRAIN; 239- PARANÁ; 240- BRAZING; 241- CICLOVIA; 242- WELL FARGOS; 243- NORTE DO PARANÁ; 244- LONDRINA; 245- APUCARANA; 246- ULTRASSOM; 247- GREATEST BRAZIL; 248- ARAPONGAS; 249- NIGHT; 250- CROSSING; 251- PLASSER; 252- BRAZIL RURAL; 253- COUNTRY; 254- CITY GREEN; 255- ARAPONGAS; 256- MAINTENANCE; 257- FLYING; 258- ARAPONGAS;. 259- MAINTENANCE 2; 260- THE RAIN; 261- FOR CITY; 262- CITY GREEN; 263- 3 FOR 1; 264- IN THE  NIGHT;  265- MAD; 266- MAD 2; 267- FERRO; 268- SEE AND LISTEM; 269- BRAZILIAN  TRAIN; 270- MAINTENANCE; 271- CROSSING 3; 272- OUT CITY; 273- TREM THE BEST; 274- CITY ROLÂNDIA; 275- RIVER; 276- CAMBÉ; 277- LAGO; 278- CITY CAMBÉ; 279-  BIKE PIST; 280- CURRENCY. 281- JUNGLE; 282- CIGANO; 283- COUNTRY. 284- CHICKEN; 285- FARM; 286- STATION; 287- GUINDASTE; 288- NIGHT; 289- CABIN; 290- BRAZIL; 291- SÃO RAFAEL; 292- FOR BACK; 293- GARDEN; 294- GARDEN 2; 295- ALONE; 296- BRAZIL; 297- AVENTURA; 298- CORRENDO ATRÁS; 299- CROSSING NIGHT; 300- COFFEE; 301- ITÁLIA; 302- PARANÁ; 303- MANUTENÇÃO; 304- LIGEIRO; 305- TREM QUE APITA; 306- CARONA; 307- TREM LONGE; 308- PESCA; 309- TREM À TARDE; 310- ARAPONGAS; 311- TREM X CARRO; 312- ARAPONGAS; 313- CAIPIRA; 314- TREM EM FUGA; 315- CRUZAMENTO; 316- FLORES; 317- LONDRINA 2; 318- NOTURNO; 319- GIGANTE; 320- STATION. 321- STEEL; 322- GERMAIN; 323- SUNSET; 324- CAMBÉ; 325- CRUZAMENTO CHUVA; 326- ROLÂNDIA CITY; 327- SUNSET; 328- PASSANDO POR ROLÂNDIA; 329- MARINGÁ 2; 330- MARINGÁ 3; 331- IN THE RAIN; 332- ALVORECER; 333- LONDRINA; 334- STATION; 335- RAMPA LONDRINA; 336- UNO SOLITÁRIO; 337- SUNSET; 338- REBOQUE; 339- 5 LOCOMOTIVAS; 340- REDE FERROVIÁRIA; 341- FARINA; 342- ENFERRUJADO 2; 343- CRUZAMENTO NA CHUVA; 344- TREM X PLASSER; 345- PORTAL ALEMÃO; 346- TREM MAIS COMPRIDO DO PARANÁ; 347- TREM NOTURNO CRUZANDO; 348- TREM WESTERN PÉ VERMELHO; 349- TREM DASH-9 NO JARDIM 2; 350- TREM PERSEGUIÇÃO NOT.. 351- TREM ANTIGO CRUZANDO; 352- TREM BRANCO NO JARDIM. 353- TREM MAKOSA NO JARDIM; 354- TREM MACABRO 2; 355- TREM DA NOITE HD; 356- TREM RELÂMPAGO; 357- TREM BOM SÔ; 358-TREM GIRASSOL. 359- TREM DASH NO VELHO OESTE; 360- TREM PERSEGUIÇÃO; 361- TREM VELHO OESTE; 362- TREM FESTIVAL; 363- TREM LAGO X MOTO; 364- TREM DO FOGO 4; 365- TREM ESTRONDO; 366- TREM VELHO E NOVO; 367- TEM EM DESENHO; 368- TREM ANO NOVO; 369- TREM DA MATA 3; 370- TREM 8315 NA CHUVA; 371- TREM ACELERANDO; 372- TREM X MOTO 2; 373- TREM FUMAÇA NO LAGO; 374- TREM NA CHUVA CICLOVIA; 375- TREM PN 200; 376- TREM AZUL; 377-TREM EXPRESSO PARANÁ BRASIL; 378- TREM EXPRESSO NOTURNO; 379- TREM EMBRULHADO; 380- TREM TO THE OLD WEST; 381- TREM ESTAÇÃO DESERTA HD; 382- TREM FRIBOI 5; 383- TREM NO MEIO DA RUA; 384- TREM CORRIDA X CARRO; 385- TREM CURTO HD; 386- TREM DOMINGO DE MANHÃ; 387- TREM NO LAGO 3; 388- TREM EM ARAPONGAS BR-369; 389- TREM CRUZANDO  Á NOITE 4; 390- TREM MARCHA RÉ DE MOTO; 391- TREM PÉ VERMELHO-392; TREM PERIGOSO HD 393; PERSEGUIÇÃO AO TREM MAKOSA 394; 395-TREM OLHOS DE FOGO HD; 396-TREM DA PRIMAVERA HD; 397-TREM RELÂMPAGO 2; 398-TREM SILENCIOSO 2 HD; 399-TREM ROLÂNDIA PARANÁ BRASIL HD;  400-TREM BRASIL NA PRIMAVERA HD; 401-TREM, FROM LONDRINA 2 HD; 402- TREM NO PORTAL ROLÂNDIA COM CHUVA; 403-TREM E A ROTINA DE ROLÂNDIA 2 HD; 404-TREM COM CHUVA DO CARRO HD; 405- 3 TRENS EM ROLÂNDIA HD; 406- TREM CANON SX 170 HD. ATÉ 10/12/2014.

sábado, 28 de junho de 2014

TREM PÉ VERMELHO DEPENDE DE UMA NOVA LINHA FÉRREA


Não concordo com o estudo publicado na Folha de Londrina ( 23/04) feito pelo Laboratório de Transporte e Logística ( Lab Trasn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que apontou a possibilidade de que os futuros veículos leves sobre trilhos possam utilizar as atuais linhas férreas em uso para transporte de cargas. Com a autoridade de quem é o maior cinegrafista amador de vídeos sobre trens no norte do Paraná (Youtube)  digo que isso somente será possível em termos de trem turístico (onde não há pressa de chegar). É que mesmo com o atual sistema que permite o cruzamento de trens sem a necessidade de "virar a borboleta" os mesmos precisam esperar no local assinalado a chegado do outro. Eles nunca podem cruzar fora dos locais programados. Na operação de "cruzamento" de trens sempre demanda uma perda da tempo que o transporte com passageiros não aceita e não permite. Agora o problema mais grave é o da Estação de  Londrina que foi desativada na década de 80. Além da Estação de Londrina ter sido desativada a prefeitura utilizou o terreno da antiga RFFSA para a construção da Avenida Leste/Oeste. O atual pátio de manobras de Londrina fica nos fundos do Parque de Exposição Ney Braga, muito longe do centro da cidade. A maioria dos usuários do transporte coletivo das cidades vizinhas utilizariam mais deste transporte desde que pudessem parar próximo ao centro de Londrina, como acontece com os ônibus amarelinhos. Assim creio que para o transporte de pessoas com linhas regulares o trem pé vermelho só poderá dar certo desde que se construa uma nova linha férrea, nos moldes de um metrô de superfície. TEXTO e FOTO de JOSÉ CARLOS FARINA

TREM PÉ VERMELHO DO NORTE DE PARANÁ - AGORA SAÍ?

SERÁ QUE SAÍ MESMO?



Este é um dos meus sonhos... eu que sou apaixonado por trens.... sou talvez o maior cinegrafista amador de trens do Paraná... mas penso que se um dia o governo resolver mesmo implantar o trem de passageiros na região deverá ser feito em duas linhas distintas. Uma de Londrina a Apucarana e outra de Apucarana a Maringá. Os interesses destas populações são bem distintos. E se for para um trem rápido teríamos que construir uma nova ferrovia passando "por fora" das cidades.... Se for usar o atual traçado será necessário a construção de dezenas e dezenas de trincheiras. É que não se admite uma ferrovia rápida tendo que diminuir a velocidade neste monte de passagem em nível que existem em Cambé, Rolândia, Arapongas, Apucarana, Jandaia, mandaguarí, etc. Agora se for para apenas um trem turistico... tudo bem... JOSÉ CARLOS FARINA

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Estrada de Ferro do Paraná trecho: Ramal Curitiba - Rio Branco do Sul - FOTOS ESTAÇÕES

Quatro horas da madrugada. É bom que o Pedro Neves já tenha acordado […] e lá se vai, marmita embaixo do braço, para a Estação de Rio Branco do Sul, onde dentro de trinta minutos vai sair o trem do dia. Passagens, passagens – o chefe do trem, o Ferreira, acordou mais cêdo ainda e vai recolhendo os bilhetes dos operários, que está na hora do expresso partir para a sua viagem diária. E lá vai o trem. Em Rio Branco do Sul, junto com o Pedro das Neves devem ter embarcado mais uns quarenta trabalhadores, o que não chegou a lotar um vagão, cuja capacidade é de 44 sentados. Daqui a pouco os três vão estar lotadinhos e vai ter mais gente em pé do que sentada […] E lá vai o trem. São seis e vinte e, agora é que está nascendo o sol. Nasce o sol, o trem chega à Estação Ferroviária de Curitiba”. (Correios dos Ferroviários, jun. 1968: 09)
O Ramal Curitiba-Rio Branco (ou Estrada de Ferro Norte do Paraná) tem início no Pátio 108, sob o Viaduto do Capanema e segue em direção à região norte da cidade. Seu traçado está ligado à história das primeiras colônias formadas por imigrantes no Vale do Ribeira. O auge da produção ervateira, em meados do século XIX, ocupava praticamente toda a mão de obra local, levando à falta de braços para a produção de gêneros de subsistência e ao encarecimento do custo de vida. A solução encontrada pela elite paranaense foi a constituição de núcleos coloniais formados por mão de obra imigrante, dedicados à produção de alimentos.


A Estação de Cachoeira, foto de 24/05/2008. Foto Luiz Bassetti

Assim, um contingente considerável de brasileiros, franceses, ingleses, italianos, alemães, espanhóis e suecos é levado a constituir a Colônia de Assungui, distante cerca de 110 quilômetros ao norte de Curitiba. As terras eram férteis, mas a ligação com núcleos urbanos importantes como Curitiba era precária. Existia apenas um caminho de tropas para Curitiba, conhecido como Estrada do Assungui (atual Rua Mateus Leme), inadequada para escoar a produção de alimentos dos colonos.

A estação de Almirante Tamandaré, ou de Tamandaré, como também foi chamada, em 1910, com o trem de passageiros e, ao chão do pátio, toras de pinheiro-do-Paraná (O Malho, 14/5/1910).

Diante dessas dificuldades, muitos daqueles imigrantes abandonaram suas terras, retornando para seus países ou se estabelecendo em outros lugares. Mas um núcleo permaneceu e deu origem ao município de Cerro Azul.


A Estação Tranqueira, em 04/09/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht

Pensando em resolver a questão do isolamento de Cerro Azul e dotá-la de adequada infraestrutura, o governo do estado projetou a construção da Estrada de Ferro Norte do Paraná, já em 1876. Mas a estrada demorou a sair do papel. Em 1906, o Sr. Gaston de Cerjat, ex-diretor da Compagnie Générale des Chemins de Fèr Brèsiliens, assumiu a construção da estrada, cujo traçado, além de atender às colônias de imigrantes e atravessar áreas de extração de madeira e erva-mate, deveria passar também por uma região calcária, fornecedora de mármore branco, cal e cimento. A primeira seção da obra contava com 43 quilômetros e foi inaugurada em 1º de março de 1909. Ligava Curitiba à Rocinha (atual Rio Branco do Sul), e contava com estações em Itaperussu, Tranqueira, Almirante Tamandaré e Cachoeira. O ramal tem uma sinuosidade impressionante, acompanhando o relevo da região.

A Estação Itaperussu original, de madeira, no início dos anos 1980. Foto Alessandro Cavassin Alves

Esta ferrovia passou pelas mãos da concessionária Brasil Railway, foi encampada nos anos 1930 e finalmente incorporada à RVPSC. Nenhuma dessas gestões levou a cabo o projeto inicial que pretendia ligar Curitiba a Assungui. A característica mais marcante dessa ferrovia nas primeiras décadas de sua existência foi seu constante e crescente déficit: ela foi sustentada ora pelo Estado, por causa dos compromissos assumidos com a garantia de juros, ora pelo lucro de outros ramais da Rede. Somente com o desenvolvimento de uma grande indústria de cimento em Rio Branco do Sul, a partir de 1950, o transporte ferroviário nesta via começou a cobrir seus custos.
A Estação de Rio Branco do Sul nos anos 1920 ou 1930. Foto atribuída a Arthur Wischral

Dentro dos limites do município de Curitiba, esse caminho de ferro cruzava dois importantes acessos ao litoral: o Caminho de Itupava e a Estrada da Graciosa.

“O Estado do Paraná enfrentou dificuldades em atrair empresas interessadas no empreendimento. A ferrovia projetada era uma concessão estadual, com o objetivo principal de servir a uma experiência de colonização voltada para o abastecimento do mercado interno. Essas características parecem ter colocado em dúvida a viabilidade econômica dessa via férrea, em comparação com outras ferrovias que serviam ao mercado externo, como a própria Estrada de Ferro do Paraná.”

Mais ao norte se encontrava e seguia junto com uma vertente do Caminho do Assungui (atual Anita Garibaldi). Nesse trajeto, a ferrovia fortaleceu a existência de núcleos populacionais, dedicados principalmente à agricultura de subsistência. Alguns desses núcleos eram formados por imigrantes vindos de Assungui e deram origem a duas importantes colônias, cortadas pela linha do trem: a Colônia Argelina e a Colônia do Abranches.

Casas da antiga vila ferroviária Colônia Argelina, em 2006. Foto Ricardo Frontera

Assim, durante muito tempo, os trens que percorriam essa linha transportavam não apenas cal, cimento, madeira e algum mate, mas principalmente milho, porco, aves e outros produtos vindos das colônias localizadas próximas à estrada. Pensando na distribuição desses produtos, mas também no transporte de pessoas, os núcleos populacionais mais importantes dentro de Curitiba ganharam algumas paradas de trem, como a Colônia Argelina, o Estribo Ahú e, mais à frente, a parada do 21 ou Santa Efigênia.

Trecho do ramal no km 6, no Bacacheri, sentido centro de Curitiba. Foto Ralph M. Giesbrecht em 16/05/2002

As chácaras ao longo da estrada de ferro, nas décadas de 1950 e 1960, passaram por um processo de urbanização, com loteamentos despontando em todo o trecho, dando origem aos atuais bairros do Cristo Rei, Alto da XV, Hugo Lange, Cabral, Boa Vista, Barreirinha e Cachoeira. Com mais pessoas morando ao longo da via, o transporte de mercadorias foi se separando do transporte de passageiros. Os trens mistos foram substituídos pelos trens de carga e pelos trens expressos, exclusivos para passageiros.

Trecho do ramal no km 7, sentido Tamandaré. Foto Ralph M. Giesbrecht em 16/05/2002

Na década de 1950, o trem expresso vai se chamar trem de subúrbio, que encerrou suas atividades em 12 de janeiro de 1991. A linha perdia sua função social, motivo mesmo de sua construção. Hoje, ainda em funcionamento, o ramal é praticamente um grande desvio particular para as operações de transporte de uma grande empresa de cimento. Atravessando, dentro dos limites da cidade, regiões habitadas por pessoas de diferentes classes sociais, o trem não conta mais com a simpatia de muitos moradores.

À beira da avenida, o Estribo Ahu, em 16/05/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht

A substituição das marias-fumaças por locomotivas diesel-elétricas, na década de 1950, multiplicou o poder de tração e o tamanho das composições. No mesmo passo, o som cheio e agradável dos apitos foi substituído pela potência ensurdecedora das buzinas pneumáticas. Sem relação com as comunidades que cruza, mais pesado e barulhento, o trem neste ramal se apresenta hoje cortando a paisagem social de forma agressiva. Mas na memória de muitos moradores permanece as lembranças do caráter social da estrada, tanto por ter transportado trabalhadores, quanto por ter carregado os produtos de subsistência dos produtores locais – o que lhe rendeu o simpático apelido de “ferrovia das galinhas”.

“É interessante destacar que, enquanto esse ramal sublinhava ocupações já existentes, a estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá viabilizou o surgimento de núcleos urbanos.”