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Município de Wenceslau Braz, PR
Ramal do Paranapanema - km 70,220 (1935) PR-0777
Altitude: 820 m Inauguração: 01.01.1919
Uso atual: em ruínas com trilhos
Data de construção do prédio atual: anos 1990
HISTORICO DA LINHA: A linha do Paranapanema, construída para evitar o "perigo paulista", ou seja, a exportação de mercadorias do Norte Velho do Paraná via E. F. Sorocabana pelo porto de Santos, teve o primeiro trecho inaugurado em 1915, ligando Jaguariaíva, na Itararé-Uruguai, a São José, atual Calógeras. Seu prolongamento acabou se arrastando até 1937, quando alcançou a já existente E. F. São Paulo-Paraná e por ela alcançou por tráfego mútuo a cidade de Ourinhos, em São Paulo. Depois da abertura da linha Apucaranas-Uvaranas, em 1975, o ramal entrou em decadência por ter uma linha obsoleta e cheia de curvas. O último trem de passageiros (Trem do Norte, mais tarde "Trem da Miséria", rodou em junho de 1979. Em 2001, o tráfego de cargueiros foi suspenso pela ALL e hoje apenas esporádicos autos de linha passam pela linha, praticamente abandonada em toda a sua extensão.
A ESTAÇÃO: A estação de Wenceslau Braz foi inaugurada em 1919. Nos anos 1920, saía dali o desvio da Serraria Maluf, que seguia
ACIMA: Nas duas fotos, o desvio da serraria Maluf: ( à esquerda) um vagão carregado de pranchas de madeira; (à direita) as pranchas dos dois lados de uma das linhas do desvio (Foto do livro Thomazina - Empresa Editora Olivero, Curitiba, 1928).
para uma madeireira próxima à estação. "Considerada a cidade do entroncamento das linhas que vinham e partiam para Ourinhos; diariamente, às 22 horas, ali todos os que procediam do ramal de Barra Bonita apanhavam o comboio noturno, que seguia direto até Curitiba, chegando por volta de 12 horas do dia seguinte. Quando descíamos em Wenceslau Braz, era costume procurarmos as casas de nossos parentes, para ali ficarmos, das 11h30 até as 20 horas, aproximadamente (...) À noite, agora, tudo mudava, a escuridão cobria tudo, somente se podia divisar os trilhos à frente da locomotiva, mal iluminada pelo enorme farol frontal da máquina, a silhueta da composição não passava de dezenas de janelas iluminadas deixando visualizar com dificuldade todos os carros. De quando em quando, cortinas de fagulhas eram expelidas pela chaminé da locomotiva, que rasgava a noite até chegar na estação de Jaguariaíva. (...) Deixando Wenceslau Braz com destino a Curitiba, o trem parava nas seguintes estaçõezinhas: Calógeras, Egídio Piloto, Arapoti, Jackson Figueiredo e, em seguida, chegava à cidade de Jaguariaíva" (do livro
ACIMA: Locomotiva diesel da RVPSC com festas na estação de Wenceslau Braz, em 1963. Teria sido a primeira diesel a ter chegado na cidade, daí a festa? (Acervo Nilson Rodrigues). ABAIXO: A estação em 1920 (Foto atribuída a Arthur Wischral).
(Fontes: Rogério Carlos Born; Nilson Rodrigues; Douglas Razzaboni; ABPF-Paraná; Abib Calixto: Pinhalão - Memórias, 1986; RVPSC: Horário dos Trens de Passageiros e Cargas, 1936; __: Thomazina - Empresa Editora Olivero, Curitiba, 1928; IBGE, 1960)
A estação original em 1987. Foto Nilson Rodrigues
Ruínas da estação, em 01/2003. Foto Douglas Razzaboni
Poço de inspeção de locomotivas, em 01/2003. Foto Douglas Razzaboni
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